quinta-feira, 31 de março de 2011

Proposta de Trabalho - 2

A Tipografia
Projecto:
A partir dos versos indicados de Fernando Pessoa desenvolva 3 composições baseadas em tipografias.

Fernando Pessoa:
É considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e da literatura universal. Como poeta, desdobrou-se em múltiplas personalidades conhecidas como heterónimos objecto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. Centro irradiador da heteronímia, auto-denominou-se um "drama em gente".

Heterónimos:

Álvaro de Campos surge quando Fernando Pessoa sente “um impulso para escrever”. O próprio Pessoa considera que Campos se encontra no «extremo oposto, inteiramente oposto, a Ricardo Reis”, apesar de ser como este um discípulo de Caeiro. Cantor do mundo moderno, o poeta procura incessantemente “sentir tudo de todas as maneiras”, seja a força explosiva dos mecanismos, seja a velocidade, seja o próprio desejo de partir. “Poeta da modernidade”, Campos tanto celebra, em poemas de estilo torrencial, amplo, delirante e até violento, a civilização industrial e mecânica, como expressa o desencanto do quotidiano citadino, adoptando sempre o ponto de vista do homem da cidade. 

A obra de Álvaro de Campos passa por 3 fases, primeiro a fase Decadentista, a segunda fase Futurista/Sensacionalista e a terceira fase Pessimismo/Intimista. Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinistas em fúria!” Este é um excerto do poema Ode triunfal que faz parte da segunda fase literária; o Futurismo. Nesta fase, Álvaro de Campos exalta o progresso técnico, celebra o triunfo da máquina, da energia mecânica e da civilização moderna. Sente-se nos poemas uma atracção quase erótica pelas máquinas, símbolo da vida moderna. 

Campos apresenta a beleza dos “maquinismos em fúria” e da força da máquina por oposição à beleza tradicionalmente concebida. A procura da chave do ser e da inteligência do mundo torna-se desesperante canta a civilização industrial recusa as verdades definitivas estilisticamente: introduz na linguagem poética a terminologia do mundo mecânico citadino e cosmopolita intelectualização das sensações a sensação é tudo procura a totalização das sensações: sente a complexidade e a dinâmica da vida moderna e, por isso, procura sentir a violência e a força de todas as sensações. Exprime a energia ou a força que se manifesta na vida. 

O heterónimo Ricardo Reis, é o poeta clássico, da serenidade epicurista, que aceita, com calma lucidez, a relatividade e a fugacidade de todas as coisas. “Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio”, “Prefiro rosas, meu amor, à pátria” ou “Segue o teu destino” são poemas que nos mostram que este discípulo de Caeiro aceita a antiga crença nos deuses, enquanto disciplinadora das nossas emoções e sentimentos, mas defende, sobretudo, a busca de uma felicidade relativa alcançada pela indiferença à perturbação.

A filosofia de Ricardo Reis é a de um epicurismo triste, pois defende o prazer do momento, o “carpe diem”, como caminho da felicidade, mas sem ceder aos impulsos dos instintos. Procurar a calma, ou pelo menos, a sua ilusão; Seguir o ideal ético da apatia que permite a ausência da paixão e a liberdade.

Ricardo Reis, que adquiriu a lição do paganismo espontâneo de Caeiro, cultiva um neoclassicismo neopagão (crê nos deuses e nas presenças quase divinas que habitam todas as coisas), recorrendo à mitologia greco-latina, e considera a brevidade, a fugacidade e a transitoriedade da vida, pois sabe que o tempo passa e tudo é efémero. Daí fazer a apologia da indiferença solene diante o poder dos teus e do destino inelutável. Considera que a verdadeira sabedoria de vida é viver de forma equilibrada e serena, “sem desassossegos grandes”.

Epicurismo: busca da felicidade relativa, moderação nos prazeres, fuga à dor ataraxia (tranquilidade capaz de evitar a perturbação), prazer do momento, não cede aos impulsos dos instintos calma, ou pelo menos, a sua ilusão, ideal ético de apatia que permite a ausência da paixão e a liberdade.

Estoicismo: considera ser possível encontrar a felicidade desde que se viva em conformidade com as leis do destino que regem o mundo, permanecendo indiferente aos males e às paixões, que são perturbações da razão, aceitação das leis do destino “... a vida/ passa e não fica, nada deixa e nunca regressa.” Indiferença face às paixões e à dor, abdicação de lutar, autodisciplina.

Paganismo: crença nos deuses, crença na civilização da Grécia . Sente-se um “estrangeiro” fora da sua pátria, a Grécia.

Alberto Caeiro apresenta-se como um simples “guardador de rebanhos”, que só se importa em ver de forma objectiva e natural a realidade, com a qual contacta a todo o momento. Daí o seu desejo de integração e de comunhão com a natureza.

Para Caeiro, “pensar” é estar doente dos olhos. Ver é conhecer e compreender o mundo, por isso, pensa vendo e ouvindo. Recusa o pensamento metafísico, afirmando que “pensar é não compreender”. Ao anular o pensamento metafísico e ao voltar-se apenas para a visão total perante o mundo, elimina a dor de pensar que afecta Pessoa.

Caeiro é o poeta da Natureza que está de acordo com ela e a vê na sua constante renovação. E porque só existe a realidade, o tempo é a ausência de tempo, sem passado, presente ou futuro, pois todos os instantes são a unidade do tempo.

É um sensacionalista a quem só interessa o que capta pelas sensações e a quem o sentido das coisas é reduzido à percepção da cor, da forma e da existência: a intelectualidade do seu olhar volta-se para a contemplação dos objectos originais. Constrói os seus poemas a partir de matéria não-poética, mas é o poeta da Natureza e do olhar, o poeta da simplicidade completa, da objectividade das sensações e da realidade imediata (“Para além da realidade imediata não há nada”), negando mesmo a utilidade do pensamento.

Para Caeiro fazer poesia é uma atitude involuntária, espontânea, pois vive no presente, não querendo saber de outros tempos, e de impressões, sobretudo visuais, e porque recusa a introspecção, a subjectividade, sendo o poeta do real objectivo. 

Caeiro canta o viver sem dor, o envelhecer sem angústia, o morrer sem desespero, o fazer coincidir o ser com o estar, o combate ao vício de pensar, o ser um ser uno, e não fragmentado. Personifica o sonho da reconciliação do Universo, com a harmonia pagã e primitiva da Natureza.

Proposta de Trabalho - 2

A Tipografia

A tipografia (do grego typos — “forma” — e graphein — “escrita”) é a arte e o processo de criação na composição de um texto, física ou digitalmente. Assim como no design gráfico em geral, o objectivo principal da tipografia é dar ordem estrutural e forma à comunicação impressa. Tipografia também é um termo usado para a gráfica que usa uma prensa de tipos móveis.
Na grande maioria dos casos, uma composição tipográfica deve ser especialmente legível e visualmente envolvente, sem desconsiderar o contexto em que é lido e os objectivos da sua publicação. Em trabalhos de design gráfico experimental (ou de vanguarda) os objectivos formais extrapolam a funcionalidade do texto, portanto questões como legibilidade, nesses casos, podem acabar sendo relativa.
No uso da tipografia o interesse visual é realizado através da escolha adequada de fontes tipográficas, composição (ou layout) de texto, a sensibilidade para o tom do texto e a relação entre texto e os elementos gráficos na página. Todos esses factores são combinados para que o layout final tenha uma “atmosfera” ou “ressonância” apropriada ao conteúdo abordado. No caso da media impressa, designers gráficos (ou seja, os tipógrafos) costumam-se preocupar com a escolha do papel adequado, da tinta e dos métodos de impressão.
O conhecimento adequado do uso da tipografia é essencial aos designers que trabalham com diagramação, ou seja, na relação de texto e imagem. Logo a tipografia é um dos pilares do design gráfico e uma matéria necessária aos cursos de design. Para o designer que se especializa nessa área, a tipografia costuma se revelar um dos aspectos mais complexos e sofisticados do design gráfico.
Texto em itálico texto a negrito==Invenção da imprensa== A tipografia clássica baseia-se em pequenas peças de madeira ou metal com relevos de letras e símbolos — os tipos móveis. Tipos rudimentares foram inventados inicialmente pelos chineses. Mas, no século XV, foram redescobertos, por Johann Gutenberg, com a invenção da prensa tipográfica. A diferença entre os tipos chineses e os de Gutenberg é que os primeiros não eram reutilizáveis. A reutilização dos mesmos tipos para compor diferentes textos mostrou-se eficaz e é utilizada até aos dias de hoje, constituindo a base da imprensa durante muitos séculos. Essa revolução que deu início à comunicação em massa, foi cunhada pelo teórico Marshall McLuhan como o início do “homem tipográfico”. Mesmo com o advento dos computadores e da edição electrónica de texto, a tipografia permanece viva nas formatações, estilos e grafias.

Levantamento fotográfico:





Outros exemplos:














 

sábado, 26 de março de 2011

Proposta de Trabalho - 1

Projecto Final

O tema escolhido é "Month of May" dos Arcade Fire.
Quem olha para as composições visuais criadas, deve estar sensibilizado e receptivo a uma determinada mensagem que estou a tentar comunicar, essa experiência resulta da utilização e combinação de um conjunto de técnicas e elementos de comunicação visual, manipulados para atingir esse objectivo.

Composição adaptada ao Quadrado

Memória descritiva:
  
Elementos visuais básicos presentes na composição: ponto, linha, forma, direcção, tom, cor, escala, dimensão, movimento.
Técnicas de comunicação visual usadas: profusão, transparência, actividade, simetria, espontaneidade, profundidade, repetição.
Relativamente a este projecto, tentei transmitir uma ideia de confusão e barulho, poluição visual com muito movimento, direcção e profundidade. Usei a sobreposição de imagens com atributos como transparência para confundir quem observa, as diferentes cores dão energia  ao quadro e o resultado é uma explosão visual, muitas linhas, quebras  de direcção e espontaneidade em comunhão com os ritmos e sons divergentes da musica escolhida.  




Composição adaptada ao Círculo

Memória descritiva:
Elementos visuais básicos presentes na composição: linha, forma, direcção, cor, textura, escala e movimento.
Técnicas de comunicação visual usadas: actividade, instabilidade, profundidade, transparência, espontaneidade, irregularidade.
As técnicas visuais escolhidas reflectem as principais características da musica, a minha ideia foi usar a forma base do projecto para criar movimento perpétuo e direcção circulares  usando um elemento como textura de água formando-se num turbilhão ou vortex, que se coaduna com a musica e letra em questão "round and around..." o conjunto das barras verticais tem diferentes escalas e ritmos que também ajudam a transmitir a irreverência da musica assim como instabilidade e imprevisibilidade.



terça-feira, 22 de março de 2011

Proposta de Trabalho - 1

Projecto - 1
Composição adaptada ao quadrado.
Ora aqui estão estão alguns exemplos do meu trabalho....















domingo, 20 de março de 2011

Proposta de trabalho 1 - Memória descritiva

Memória Descritiva: 
Tema: Month of May dos Arcade Fire. 


No seguimento da proposta de trabalho 1 escolhi o som dos Arcade Fire para fazer a minha composição visual. A banda canadense premiada em 2011 com o Grammy para álbum do ano " The Suburbs" caracteriza-se pelo seu rock alternativo, art rock e outros sons originais.
Em relação ao tema escolhido "Month of May"  as guitarras pesadas do rock em comunhão com  sons ou intrumentos alternativos e o ritmo agitado e frenético conferem a identidade da musica.

Elementos básicos e técnicas de comunicação visual:
Posso escolher praticamente todos os elementos básicos individualmente ou em conjunto para representar esta música mas nas técnicas de comunicação nem todas se adequarão de forma mais evidente na compreensão da mensagem ou informação que se pretende comunicar.

"O conteúdo e a forma são os componentes básicos dos meios de comunicação e das manifestações artísticas. Na comunicação visual a expressão do conteúdo pode ser realizada de maneira direta ou indireta, porém nunca dissociado da forma" 

".....meios variados de expressão visual de conteúdos informacionais, que podem ser utilizados em diversos níveis de intensidade e combinação, oferecendo um vasta gama de possibilidades de expressão e compreensão."

DONDIS, Donis A.. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes: 1997.

Deixo agora algumas das técnicas que estou a usar na elaboração deste trabalho.

Actividade:

Instabilidade:
Simetria:

Profusão:
Espontaneidade:
Transparência:
Distorção:
Profundidade:



Proposta de trabalho 1

Projecto
Tendo em conta como tema do trabalho uma música à sua escolha, elabore uma composição, que seja a interpretação visual do tema escolhido acompanhado de uma memória descritiva que justifique as escolhas feitas ao nível das técnicas e elementos visuais básicos utilizados. 

sexta-feira, 18 de março de 2011

Elementos Básicos da Comunicação Visual

Os elementos visuais básicos constituem a substância daquilo que vemos e observamos, estão presentes e podem ser identificados em tudo o que nos rodeia no dia-a-dia no nosso mundo. Uma composição visual é composta a partir de 10 elementos básicos. Para compreender a composição como um todo, é preciso compreender a intenção das partes.

O Ponto é a unidade de comunicação visual mais simples e irredutivelmente mínima.
Quando os pontos estão próximos entre si torna-se impossível identificá-los individualmente, aumenta a sensação de direcção, e a cadeia de pontos transforma-se num outro elemento visual distintivo: a Linha.


A linha descreve uma Forma. Na linguagem das artes visuais, a linha articula a complexidade da forma. Existem três formas básicas: o quadrado, o círculo e o triângulo.
 

Todas as formas básicas expressam três Direções visuais básicas e significativas: o quadrado a horizontal e a vertical, o triângulo a diagonal e o círculo a curva.

O Tom é o brilho relativo, do claro ao escuro, das gradações tonais ou de valor.
"Recorre a muitos artifícios para simular a distância, a massa, o ponto de vista, o ponto de fuga, a linha do horizonte, o nível do olho, etc."
DONDIS, Donis A. A sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991, pp. 51-83.


A Cor é o resultado da existência da luz está repleta de informação e emoções. O preto é o resultado de algo que absorve toda a luz oposto do branco que reflecte toda a luz. A cor tem três dimensões que podem ser definidas e medidas: Matiz ou croma, saturação e luminosidade.


Textura relaciona-se com a composição de uma substância, é o elemento visual que muitas vezes substitui outro sentido o tacto.

Escala, em termos de escala os resultados visuais são fluidos e não absolutos, pois estão sujeitos a modificações das variáveis. Sendo assim, o grande não pode existir sem o pequeno.


A Dimensão existe no mundo real porém reforçamos a ilusão no campo visual ao desenharmos, pintarmos etc. O principal artifício para simulá-la é a convenção técnica da perspectiva.



O Movimento encontra-se mais vezes implícito do que explícito enquanto elemento dinâmico visual.


 

domingo, 13 de março de 2011

Bem vindos

Sejam todos bem vindos ao meu blog, criado para acompanhar as aulas de D.C.V da Universidade de Letras do Porto do curso de Ciências da Comunicação.